sexta-feira, 7 de novembro de 2025

07nov2025 - Lula quer ‘plano global’ e cria fundo bilionário pelo clima

A COP30 e as ausências importantes
   As furadeiras e as serras tico-tico ainda podiam ser ouvidas quando o presidente Lula da Silva fez seu discurso de abertura na reunião de líderes de governo e Estado que vieram ao Brasil participar da COP30. O presidente abriu seu discurso evocando a Rio 92. Mas em Belém, mais de 30 anos depois, pouca coisa faz lembrar aquele evento, a começar pelas notáveis ausências das principais autoridades de Estados Unidos, China e Rússia.

Lula quer ‘plano global’ e cria fundo bilionário pelo clima
   Em seu discurso de abertura da Cúpula dos Líderes, que antecede a COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a criação de um plano global para pôr fim ao uso de combustíveis fósseis e afirmou que acelerar a transição energética e proteger a natureza são as formas mais eficazes de conter o aquecimento do planeta. 
   O tom contrasta com a aprovação pelo governo, no mês passado, da exploração de petróleo na Margem Equatorial, na Foz do Amazonas. Lula também voltou a cobrar responsabilidade dos países ricos. O presidente, que tem chamado o encontro de “COP da verdade", disse que a mudança do clima “é resultado das mesmas dinâmicas que, ao longo de séculos, fraturaram nossas sociedades entre ricos e pobres e cindiram o mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento”. 
   Por isso, em sua visão, “será impossível contê-la sem superar as desigualdades dentro das nações e entre elas”. Lula ainda criticou a própria Organização das Nações Unidas (ONU), ao declarar que “o regime climático não está imune à lógica de soma zero que tem prevalecido na ordem internacional”. (UOL)

Países e comunidades e as florestas tropicais
   “As florestas valem mais em pé do que derrubadas.” Foi esse o argumento usado por Lula para, durante um almoço na Cúpula dos Líderes, lançar o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).    Hospedado pelo Banco Mundial, o fundo é a principal aposta do governo brasileiro na COP. O mecanismo cria um sistema de investimentos que remunera países e comunidades que preservam florestas tropicais. Diferente de modelos baseados em doações, o TFFF prevê aportes de governos e investidores privados em um fundo de capital misto, aplicado em ações e títulos. 
   Os lucros, com retorno estimado em até 8%, serão divididos entre investidores e países participantes. Segundo Lula, 20% dos recursos irão para povos indígenas e comunidades locais, com pagamentos de US$ 4 por hectare preservado. (Globo)

Fundo de bilhões
   Por ora, o fundo soma cerca de US$ 5,5 bilhões em promessas, lideradas por Noruega (US$ 2,9 bi), França, Indonésia e Brasil (US$ 1 bi cada) e Portugal (1 milhão de euros). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou que já foram levantados 50% dos US$ 10 bilhões que espera conseguir até o fim de 2026, quando termina a presidência brasileira na COP. 
   A meta é de se conseguir US$ 125 bilhões (R$ 668 bi) no longo prazo. Mais de 50 países já manifestaram apoio ao fundo, embora poucos tenham, de fato, anunciado aportes. Confira quais nações já abriram os cofres. (Estadão)

Problemas encontrados pelos visitantes
   O pavilhão principal do evento ainda estava em obras nesta quinta-feira, com diversas estruturas da Blue Zone em processo de montagem. Outros problemas também foram encontrados pelos visitantes, como falta de água nos banheiros, falhas de transmissão e internet, além do calor intenso, com o ar condicionado aparentando estar desligado. 
   Valter Correia da Silva, secretário extraordinário para a COP30 da Casa Civil, minimizou a situação, dizendo que o grande teste do evento acontece quando as pessoas chegam e começam a usar a estrutura. (Folha)

Países ainda negociam reservas de acomodações
   Faltando apenas três dias para o início da COP30, 28 países ainda negociam reservas de acomodações em Belém, confirmou o secretário da COP, Valter Correia. Ele também afirma que 160 nações já estão com a hospedagem confirmada. 
   O governo federal espera que mais de 180 países estejam com leitos garantidos até o início do evento, na segunda-feira.    Para reforçar a capacidade de acolhimento, o governo contratou dois navios de cruzeiro, que chegaram da Itália, oferecendo até 6 mil dormitórios, dos quais 1.700 já foram reservados. (g1)

Drones estão sendo derrubados
   Agentes da Polícia Federal já abateram 31 drones irregulares que foram avistados voando em áreas onde acontece a COP30. Ao todo, o sistema de monitoramento da PF já contabilizou 316 voos irregulares. 
   O voo de drones está proibido nas áreas de interesse da conferência e da presidência, como nas proximidades do Aeroporto Internacional de Belém, no Parque da Cidade, nos portos de Miramar e Outeiro, além de locais onde o presidente Lula estiver. (Globo)

2025: O ano mais quente até agora?
   O ano de 2025 está próximo de se tornar o segundo ou o terceiro mais quente da história, mantendo a tendência de aquecimento apresentada na última década, afirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM). 
   O documento divulgado a poucos dias da abertura oficial da COP30 mostra que concentrações de gases do efeito estufa e o calor nos oceanos atingiram níveis sem precedentes. 
   Apesar de ser “praticamente impossível limitar o aquecimento global a 1,5 °C nos próximos anos”, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, ressalta que “ainda é totalmente possível e essencial reduzir as temperaturas para 1,5 °C até o final do século”. (Metrópoles)

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