terça-feira, 4 de novembro de 2025

04nov2025 - Planalto teme desgaste com CPI do crime organizado

CPI do Crime Organizado
Como quase sempre ocorre com eventos de grande impacto na opinião pública, o Congresso tenta assumir um papel de protagonismo diante dos grandes problemas nacionais.
Na esteira da operação policial que deixou mais de 120 mortos no Rio na última semana, o Senado instala na manhã de hoje a CPI do Crime Organizado. Oficialmente, a missão é mapear a estrutura e a expansão de facções e milícias no país - incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), mas a expectativa é de que a CPI seja mais um palco de disputas acirradas entre governo e oposição.
O senador Otto Alencar (PSD-BA), o mais antigo entre os indicados para o colegiado, conduzirá a abertura dos trabalhos. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que deu origem à CPI, deve assumir a relatoria - consenso informal já construído entre líderes.
Ao todo, serão 11 senadores titulares e 11 suplentes, com prazo inicial de 120 dias para investigar o modus operandi das organizações criminosas, suas fontes de financiamento e seu avanço territorial. (g1)

O Palácio do Planalto avalia que a CPI do Crime Organizado pode representar um desgaste maior para o governo Lula do que a CPMI que investiga irregularidades em descontos de aposentados e pensionistas do INSS. O temor no governo é de que a oposição use o tema da segurança pública como principal bandeira política até as eleições de 2026. Nos bastidores, petistas admitem preocupação: a avaliação é que, se o debate público ficar restrito à segurança, o governo tende a perder terreno na narrativa, já que historicamente o tema favorece a direita. (CNN Brasil)

Compatível” com as ameaças enfrentadas
Enquanto a oposição e o Planalto se preparam para uma batalha no Senado, o governo do Rio de Janeiro enviou sua resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a megaoperação realizada na capital fluminense há uma semana. No documento, a gestão de Cláudio Castro (PL) afirma que o “nível de força” empregado pelas forças de segurança foi “compatível” com as ameaças enfrentadas durante a ação. O relator da ADPF das Favelas, ministro Alexandre de Moraes, esteve no Rio nesta segunda-feira e se encontrou pessoalmente com o governador. (Metrópoles)

Julgamento do deputado Eduardo Bolsonaro
A Primeira Turma do STF antecipou do dia 21 para o próximo dia 14 o início do julgamento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por crime de coação. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o parlamentar e o jornalista Paulo Figueiredo atuam nos Estados Unidos para constranger o Judiciário Brasileiro e impedir a condenação de envolvido na chamada trama golpista de 2022. (CNN Brasil)

Enquanto isso, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e uma das figuras centrais nas investigações sobre a trama deu um passo simbólico na sua lenta transição de delator a réu em liberdade vigiada. 
A tornozeleira eletrônica que controlava seus movimentos foi retirada, após o STF concluir seu julgamento e fixar a pena definitiva de dois anos de prisão em regime aberto. Cid segue proibido de deixar sua residência à noite e nos fins de semana, não pode usar redes sociais, portar armas ou manter contato com investigados e condenados no mesmo caso. (g1)

Pedro Doria:
“A direita ganhou a briga da operação policial no Rio. Aliás, mais do que isso. Ganhou com a cautela que demonstraram Tarcísio de Freitas e Ratinho Junior”.

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